A ecolalia é caracterizada pela repetição de palavras, frases ou expressões que a pessoa ouviu, podendo ocorrer de forma imediata, logo após a fala ou de forma tardia, algum tempo depois. Embora a ecolalia também apareça em crianças neurotípicas em fase de aquisição da linguagem, é bastante comum em crianças dentro do Transtorno do Espectro Autista (TEA) e, com estas crianças, a ecolalia não ocorre somente durante a fase de aquisição da linguagem.
No contexto do autismo, a ecolalia muitas vezes é uma ferramenta de comunicação. Quando a criança ainda não domina totalmente a linguagem espontânea, recorre à repetição para expressar desejos, responder a perguntas ou interagir com o ambiente. Essa repetição pode, por exemplo, indicar que a criança entendeu a pergunta, mesmo que a resposta ainda não venha de forma independente.
Além da função comunicativa, a ecolalia pode ajudar a criança a processar informações, organizar pensamentos e até regular emoções, especialmente em momentos de ansiedade ou sobrecarga sensorial. Portanto, é essencial que pais, educadores e profissionais de saúde vejam a ecolalia como parte do processo de desenvolvimento da comunicação — e não apenas como algo a ser corrigido.
O tratamento da ecolalia concentra-se em apoiar a evolução da linguagem funcional. Estratégias como a terapia fonoaudiológica, a análise do comportamento aplicada (ABA) e a modelagem de linguagem são frequentemente utilizadas. O trabalho terapêutico busca incentivar o uso de frases próprias, ampliar o repertório verbal e fortalecer a comunicação significativa, sempre respeitando o ritmo e as necessidades individuais de cada criança.
É importante destacar que o objetivo não é simplesmente “eliminar” a ecolalia, mas sim promover avanços que permitam à criança se expressar de forma mais autônoma e eficaz. Muitas vezes, a ecolalia é um estágio natural da aprendizagem da fala e, com a intervenção adequada, tende a evoluir para formas de comunicação mais flexíveis.