Quando as crianças estão aprendendo a andar, é comum que algumas comecem a fazer este movimento com a ponta dos pés. Isso porque o sistema psicomotor ainda está em desenvolvimento.
Mas, se essa marcha equina, como tecnicamente é conhecida, persistir na maior parte do tempo e passar dos 2 anos de idade, é importante investigar a causa, que pode estar relacionada ao Transtorno do Espectro Autista (TEA), paralisia cerebral ou distrofia muscular.
O andar na ponta dos pés no autismo geralmente acontece devido a uma hipo ou hipersensibilidade tátil, ou seja, quando a criança coloca a planta dos pés no chão e sente a temperatura e a textura, isso gera um desconforto.
Esse comportamento também pode estar relacionado ao comprometimento do sistema vestibular e gerar alterações de equilíbrio e orientação espacial da criança. Muitas vezes o excesso dessa marcha irregular cria um padrão de movimento e acaba provocando danos físicos, como encurtamento do tendão, dores musculares e quedas.
Se você notar que seu pequeno anda na ponta dos pés e apresenta outros sinais de autismo, como dificuldades na comunicação e interação social e presença de comportamentos restritos e repetitivos, procure fazer uma avaliação com um neuropediatra e ter um diagnóstico mais específico.
Para tratar diretamente a marcha equina é aconselhável procurar uma equipe multidisciplinar, que inclui fisioterapeuta e terapeuta ocupacional que podem, inclusive, indicar o uso de órteses ou palmilhas. Em último caso, recorre-se a um tratamento cirúrgico.