ABA, TO, ecolalia, propriocepção. Você sabe o significado dessas palavras? Esses termos relacionados ao autismo parecem um quebra-cabeça de mil peças, principalmente para os pais que acabaram de receber o diagnóstico e ainda estão se familiarizando com o assunto.
Mas nada é tão difícil quanto parece. A Gradual separou os principais termos que você provavelmente vai ouvir, ler e falar na sala do médico, nas terapias e no dia a dia. Trouxemos somente o significado e uma breve explicação de cada palavra, para você dar o primeiro passo nessa estrada de conhecimento. Vamos lá?
TEA – Transtorno do Espectro Autista. A classificação médica oficial de autismo.
Espectro – O autismo é considerado um espectro, pois se manifesta com inúmeras intensidades e de múltiplas formas. Cada autista manifesta o transtorno à sua maneira.
DSM – Sigla em inglês de Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, que traduzido significa Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. É uma lista de diagnósticos em saúde mental publicada pela Associação Americana de Psiquiatria (APA) e que serve de referência para profissionais da área em todo o planeta.
ABA – Sigla para Applied Behavioral Analysis. Em tradução livre, é a Análise do Comportamento Aplicada, a ciência que fundamenta as principais intervenções baseadas em evidências científicas para o tratamento de autistas.
Denver – O Modelo Denver também é ABA, uma forma mais naturalista de aplicá-la. Geralmente é utilizado em intervenções para crianças de 1 a 5 anos de idade.
Ecolalia – Repetição de sons, palavras ou até frases sem função de comunicação e com função auto-estimulatória.
Meltdown – “Colapso”, uma crise explosiva causada por sobrecarga emocional, sensorial ou social.
Shutdown – Uma crise considerada mais interna, que envolve a retirada ou a dissociação da pessoa, ficando isolada, congelada ou paralisada.
Estereotipia ou stim – Movimentos repetitivos que ajudam os autistas a lidar com o excesso de estímulos e se reorganizarem sensorialmente, como balançar o corpo em movimento pendular, sacudir as mãos ou os braços ou mexer constantemente os dedos. Estas respostas são, normalmente, mantidas por reforçamento automático, ou seja, auto-estimulação.
Mascaramento ou masking – É quando, consciente ou inconscientemente, um autista busca camuflar as manifestações do transtorno.
Síndrome de Savant – É uma alteração psíquica rara, em que a pessoa possui incríveis talentos e habilidades, que geralmente estão relacionados com memória, cálculo ou artes.
Hiperfoco – É um interesse fixo e específico por determinado tema ou objeto, que faz com que esse indivíduo se destaque e saiba mais sobre o assunto do que outras pessoas e tenda a falar e pensar mais sobre este assunto do que sobre qualquer outro assunto.
Terapia Ocupacional ou TO – Área de formação e atuação que estuda o desenvolvimento humano e a interação da pessoa com o meio ambiente por meio de atividades diárias, bem como as interações do organismo com o meio ambiente por meio dos órgãos dos sentidos, buscando organizar possíveis alterações e disfunções sensoriais.
Transtorno do processamento sensorial – É uma condição que afeta a forma como o cérebro processa as informações sensoriais (os estímulos ou sentidos). Pode ser uma comorbidade associada ao autismo ou se manifestar de forma individualizada.
Sistema vestibular – É o que dá a orientação espacial, o equilíbrio e coordena os movimentos. Muitos autistas têm dificuldades de controlar esse sistema.
Propriocepção – É a capacidade do corpo de sentir em que posição estamos em relação às outras coisas. A propriocepção também mede a força necessária para criar esse movimento, levando em conta as coisas que estão próximas. É um sentido que faz a gente entender onde estão as nossas partes do corpo (braços, pernas, cabeças etc.).
Comorbidade – É uma condição de saúde que coexiste com outra. Ou seja, duas ou mais condições adversas no mesmo corpo. Constantemente, o autismo é acompanhado de comorbidades como epilepsia, transtorno obsessivo compulsivo (TOC), ecolalia, entre outras. Apesar disso, as comorbidades são tratadas individualmente, e não de forma generalizada.
Cognição – É a capacidade de processar informações e transformá-las em conhecimento, com base em um conjunto de habilidades mentais e/ou cerebrais, como a percepção, a atenção, a associação, a imaginação, o juízo, o raciocínio e a memória. Muitos autistas fazem terapia cognitivo-comportamental. O intuito é estimular o desempenho na escola, na universidade e na vida comum.
Neurotípíco e neuroatípico – Neurotípico é um termo que a comunidade autista utiliza para falar de pessoas que têm o desenvolvimento neurológico consistente com o que a maioria das pessoas consideraria dentro dos padrões, principalmente no que se refere aos comportamentos sociais e ao desenvolvimento linguístico. Neuroatípico ou “atípico”, portanto, é o oposto disso. É utilizado para nomear autistas ou pessoas com outras neurodivergências.
Apraxia da fala – É umdistúrbio motor da fala, caracterizado pela dificuldade de planejar e programar as sequências dos movimentos da fala, criando erros de produção de sons. Um diagnóstico comumente observado em crianças com autismo.
PEI – Plano Educacional Individualizado (PEI). É um documento que apresenta a adaptação curricular baseada em uma avaliação realizada sobre o aluno com necessidades educacionais específicas, e que deve guiar a adaptação de material acadêmico para este aluno na escola.
AEE – Atendimento Educacional Especializado. É uma parte da educação especial cujo objetivo é atender, ao longo da vida escolar, alunos que têm necessidades educacionais especiais.
NEE – Necessidades Educacionais Especiais, decorrentes de deficiências físicas, intelectuais, sensoriais, transtornos de aprendizagem, entre outros.
AT – Assistente terapêutico. Profissional especializado que pode atuar em casa, na clínica ou na escola sob a supervisão da equipe multidisciplinar que acompanha a criança ou adolescente com necessidades especiais.