Seu filho tem dificuldades para se adaptar a mudanças, tem restrição alimentar ou enfileira os brinquedos? Esse comportamento pode estar relacionado à rigidez cognitiva, uma característica que frequentemente está presente em indivíduos dentro do Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Essa inflexibilidade se manifesta como uma tendência a apresentar padrões de pensamento rígidos e comportamentos restritos e repetitivos. Geralmente a criança fica totalmente desconfortável ou extremamente irritada quando algo sai do controle do que ela está acostumada a fazer.

A rigidez cognitiva pode se apresentar de diferentes formas e em situações diversas e, geralmente, gera grandes impactos no aspecto comportamental e social e nas habilidades cognitivas, ou seja, no aprendizado.

Em crianças, essa inflexibilidade geralmente está associada ao brincar, à alimentação, ao relacionamento com os pares e à rotina. Ela escolhe sempre o mesmo lugar para sentar-se, brinca de forma sistemática e se incomoda, por exemplo, se os pais mudam o caminho para casa.

Na fase adulta, esse comportamento rígido pode trazer prejuízos no trabalho e no relacionamento familiar e social. A pessoa geralmente apresenta dificuldades em mudar a forma de pensar ou considerar outros pontos de vista e segue regras de maneira literal, sem flexibilidade para uma interpretação adaptativa.

Intervenções terapêuticas baseadas na Análise do Comportamento Aplicada (ABA) podem ser úteis para lidar com esse comportamento desafiador. O importante é sempre ter um olhar individual e personalizado e pensar em estratégias para flexibilizar essa rigidez de forma gradual.

Pistas visuais e quadros de rotina podem ajudar a dar uma previsibilidade e preparar essa pessoa para uma mudança futura. Garanta que ela esteja motivada e abra espaço para essa troca e, aos poucos, você vai fazendo essa aproximação e oferecendo alternativas para as situações que não saíram exatamente como ela esperava.