É comum ouvir relatos de pais desesperados por não saberem mais o que fazer com o fato de seus filhos autistas levarem objetos incomuns à boca. Areia, giz de cera, gola da camiseta, brinquedos e por aí vai. Isso geralmente acontece por uma desregulação sensorial.
Lidar com essas questões que envolvem os sentidos geralmente é um desafio para crianças autistas. Isso porque o cérebro de alguém no espectro pode processar e responder a estímulos sensoriais de maneira diferente.
Essa busca oral faz parte do desenvolvimento psicomotor de forma típica. Mas, quando vemos que isso sai do controle ou ultrapassa a fase dos primeiros anos de vida, é importante procurar a ajuda de um terapeuta ocupacional, que vai criar estratégias de integração sensorial.
Considerando que haja essa intervenção de um profissional especializado, você pode, em casa, contribuir com a diminuição desses comportamentos inadequados. Vamos ver como?
1 – Observe e anote todas as informações importantes:
- O que a criança coloca na boca?
- Como ela manipula esses objetos? Morde, lambe ou suga?
- Quanto tempo ela fica com esse objeto na boca?
- Em quais momentos e ambientes ela intensifica esse comportamento?
- Você percebe que ela faz isso para se regular, se acalmar ou pela necessidade de mastigar alguma coisa?
2 – Depois disso, se possível, retire esses objetos inadequados da visão da criança e substitua por outros que tragam essa saciedade sensorial. Mordedores terapêuticos, massageadores, alimentos secos e crocantes são ótimas alternativas. Mas atenção: eles devem ser oferecidos de forma planejada. Nunca deixe esses objetos à disposição da criança, pois podem, com o tempo, perder a função.
3 – Por fim, procure um terapeuta ocupacional e trace estratégias com ele, para estimular essa integração sensorial, reduzir a ansiedade e promover um bem-estar sensorial, emocional e social.