Crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) podem apresentar com maior frequência comportamentos disruptivos. Isso acontece, principalmente, pela dificuldade em expressar suas necessidades e desejos e entender as normas sociais.
O manejo comportamental nada mais é do que uma estratégia baseada na Análise do Comportamento Aplicada (ABA), para gerenciar esse tipo de situação e reforçar comportamentos adequados. Vamos entender melhor sobre o assunto?
ABC DO COMPORTAMENTO
O comportamento pode ser tudo aquilo que uma pessoa faz, diz, pensa ou sente. Nenhum comportamento acontece de forma isolada ou sem função, tem sempre um antecedente e uma consequência. Por exemplo:
Antecedente
A mãe pede para a criança desligar a TV e ir dormir.
Comportamento
A criança não obedece e começa a chorar e se jogar no chão.
Consequência
A mãe cede e deixa a criança ficar mais 1 hora assistindo.
Nesse caso, a mãe reforçou o comportamento disruptivo da criança de se jogar no chão para conseguir assistir a TV e, portanto, incentivou que, das próximas vezes, a criança aja da mesma maneira para conseguir o que quer.
COMO FAZER O MANEJO DO COMPORTAMENTO?
SEJA CLARO E OBJETIVO
Quando for estabelecer alguma regra ou fazer um pedido, comunique-se com clareza, dando uma instrução de cada vez. Prefira o uso de estímulos visuais e sempre use frases no tom de afirmação e não de negação. Por exemplo, se uma criança está batendo na outra, não diga: “Pare de bater”. Em vez disso, diga: “Faça carinho no seu colega” ou “Você pode pedir o brinquedo emprestado para ele”.
USE REFORÇO POSITIVO
Chame a atenção para as coisas que a criança está fazendo de forma adequada. Faça elogios e reforce positivamente estes comportamentos. Quando o comportamento for inadequado socialmente, não dê tanta atenção e, depois que ela se acalmar, oriente-a como ela deve agir, dê as ajudas e dicas necessárias para ela emitir o comportamento esperado e, então, reforce com elogio e acesso ao que ela queria.
DÊ PREVISIBILIDADE
Crianças com TEA têm dificuldades e maior rigidez em lidar com mudanças em sua rotina e isso pode causar comportamentos disruptivos. Portanto, antecipe-se, faça um quadro de atividades e avise com antecedência quando algo for sair do combinado.
TORNE O AMBIENTE CONFORTÁVEL
Barulho extremo, iluminação forte ou até uma carga social excessiva podem desregular a criança com TEA e fazer com que ela tenha crises que podem ser difíceis de serem controladas. Por isso, torne o ambiente em que ela está o mais confortável possível para estimular comportamentos mais regulares.
MANTENHA A CALMA
Educar uma criança neurotípica já é uma tarefa extremamente difícil. Quando há algum transtorno do desenvolvimento envolvido, o desafio é ainda maior. Por isso, o segredo é buscar uma rede de apoio e uma equipe transdisciplinar para te ajudar nesse desafio. No dia a dia, mantenha a calma, respire fundo e lembre-se que esse é um processo gradual. É necessário ter paciência e persistência para conseguir alcançar os resultados esperados.